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Sexta-feira, 8 de Agosto de 2008
Alguém me consegue explicar?

 

Notícia vinda do Público, "Quercus interpõe providência cautelar para evitar abate de 1200 sobreiros por causa da mega urbanização" que dá pelo nome de Nova Setúbal.

Resumindo está em causa o abate de sobreiros, espécie protegida, para a construção de uma urbanização projectada para 30 mil pessoas e cujo processo se arrasta há sete anos. Com a alteração de legislação de 2007 o plano de pormenor é aprovado pela autarquia e  a Câmara de Setúbal já o aprovou onde prevê a Nova Setúbal, aumentando assim o risco do abate dos sobreiros.

Este é um projecto de utilidade pública desde 2001, decidida em despacho pelos então ministros da Agricultura, Capoulas Santos, e do Ambiente, José Sócrates. 

 

Ando com a nítida sensação que este abate de sobreiros está a passar ao lado da maioria dos portugueses, pouco destaque tem na comunicação social. No entanto, lembro-me do caso Portucale, que envolvia um projecto turístico em Benavente no valor 30 milhões de euros, e que implicava o abate de mais de 2600 sobreiros assinado pelos ex-ministros Costa Neves (Agricultura), Nobre Guedes (Ambiente) e Telmo Correia (Turismo), na altura do Governo PSD e que após a entrada em funções, o Governo do PS revogou o despacho. Nessa altura foi feito um alarido tremendo, abrindo noticiários e mantendo-se em destaque por vários dias seguidos. É isto que não entendo, a dualidade de critérios perante o mesmo problema. Será porque este despacho foi assinado por José Sócrates, que as televisões não se interessaram por este abate? Começo a pensar que hoje vivemos uma espécie de censura, muito mais perigosa que a do tempo da outra senhora, porque esta toda a gente parece ver mas ninguém diz nada. Alguém me consegue explicar?

 

(imagem retirada da Wikipédia)



publicado por maria mendonça às 10:07
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5 comentários:
De Paola a 8 de Agosto de 2008 às 11:55
Olá, cheguei aqui via o que é o jantar. Fiquei cheia de inveja e bucólica com este ar campestre. Que as cidades são umas pragas de buzinadelas assustadas com o cimento. Claro que prefiro os sobreiros. Até porque são árvores da minha infância... O Sr. . Sócrates não deve ter tido essas experiências com a terra. Não me parece homem de sujar as mãos. E nada melhor que mais uma colmeia de imóveis. Sempre alimentam o IMI e mais uns interesses urbanos, modernos e muito citadinos. O bom da história é que as árvores morrem de pé...

Bjo


De raio a 8 de Agosto de 2008 às 13:01
... parabéns pela perspicácia e pela divulgação dessa situação ... mas sobre a questão que levantas ... da tal sencura ... direi que o mais provavel é o primeiro-ministro aproveitar para ir à china ver os jogos olimpicos e levar meia duzia de informaticos amigos para perceber como controlar a web à maneira da China ...
Aí não há opinião na internet que escape ...
Saudações Bloguisticas
Raio do Blogue Trovoada Seca


De maria mendonça a 18 de Agosto de 2008 às 00:14
Esperemos que isso nunca aconteça. Não me imagino a viver na época da censura, a liberdade de expressão foi uma conquista grande em Portugal. A internet e os blogs, em especial, são neste momento um meio de garantir que todas as opiniões se façam ouvir.
um abraço


De iGreen a 8 de Agosto de 2008 às 15:14
Olá Maria, já tinha visto esta noticia numa TV, um estes dias, e achei um absurdo a construção de mais uma urbanização (e logo mega!!). Para quê? Se houvesse falta de casas... mas não há, até há excesso! Se o mercado imobiliário estivesse em alta... mas não está, está pelas ruas da amargura! Se a população portuguesa estivesse a aumentar... mas não está, pelo contrário! Se não houvessem imóveis para recuperar nos centros históricos... mas há, carradas deles! Ora, isto só quer dizer que se vai construir algo completamente desnecessário à custa da destruição de algo muito necessário e valioso. Eu tb tenho dificuldade em encontrar uma explicação, especialmente se a quiser basear em lógica, honestidade e virtude.
bjs. paula


De OLima a 8 de Agosto de 2008 às 20:16
Pode ser isso. Aliás, a estória dos Olímpicos também ajuda a criar uma espécie de cortina de fumo, ocupando tempo de antena, esgotando assim o tempo para tocar noutros temas mais coisa e tal.


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