É oficial, estou aborrecida!
Começaram as aulas e a minha dona anda muito atarefada, pensa só nos meninos, nas aulas, nas planificações, no estatuto, nas cadernetas, ufa, ufa ... parece que nunca mais acaba...
Sinto falta dos mimos dela. Estes dias tenho ficado sozinha no jardim, ando sem fome, será que também sofro do síndrome do fim das férias?
Já corri atrás dos pássaros, escavei buracos, desfiz os meus brinquedos e as cartas que chegaram no correio. Ando mesmo chateada, estou deprimida... Que vida de cão!!
Mas quando o carro dela chega, abano a cauda de felicidade e corra para ela. Afinal, ela volta sempre...
Pequena correcção: pensamentos de cadela...
Somos pelos cães, pelos grandes e os pequenos, pelos puros e os rafeiros, os de guarda e os brincalhões, pelos dias de cão, pelos passeios e pelas corridas....
Um homem, o seu cavalo e o seu cão iam por um caminho. Quando passavam perto de uma árvore enorme, caiu um raio e os três morreram fulminados.
Mas o homem não se deu conta de que já tinha abandonado este mundo, e prosseguiu o seu caminho com os seus dois animais (às vezes os mortos andam um certo tempo antes de tomarem consciência da sua nova condição…)
O caminho era muito comprido e, colina acima, o Sol estava muito intenso; eles estavam suados e sedentos.
Numa curva do caminho viram um magnífico portal de mármore, que conduzia a uma praça pavimentada com portais de ouro. O caminhante dirigiu-se ao homem que guardava a entrada e travou com ele, o seguinte diálogo:
- Bons dias.
- Bons dias – Respondeu o guardião.
- Como se chama este lugar tão bonito?
- Aqui é o céu.
- Que bom termos chegado ao Céu, porque estamos sedentos!
- Você pode entrar e beber quanta água queira. E o guardião apontou a fonte.
- Mas o meu cavalo e o meu cão também têm sede...
- Sinto muito – disse o guardião – mas aqui não é permitida a entrada de animais.
O homem levantou-se com grande desgosto, visto que tinha muitíssima sede, mas não pensava em beber sozinho.
Agradeceu ao guardião e seguiu adiante.
Depois de caminhar um bom pedaço de tempo encosta acima, já exaustos os três, chegaram a um outro sítio, cuja entrada estava assinalada por uma porta velha que dava para um caminho de terra ladeado por árvores...
À sombra de uma das árvores estava deitado um homem, com a cabeça tapada por um chapéu. Dormia, provavelmente.
- Bons dias – disse o caminhante.
O homem respondeu com um aceno.
- Temos muita sede, o meu cavalo, o meu cão e eu.
- Há uma fonte no meio daquelas rochas – disse o homem apontando o lugar.
- Podeis beber toda a água que quiserdes.
O homem, o cavalo e o cão foram até à fonte e mataram a sua sede.
O caminhante voltou atrás, para agradecer ao homem.
- Podeis voltar sempre que quiserdes – respondeu este.
- A propósito, como se chama este lugar? – perguntou o caminhante.
- CÉU.
- O Céu? Mas, o guardião do portão de mármore disse-me que ali é que era o Céu!
- Ali não é o Céu, é o inferno – contradisse o guardião.
O caminhante ficou perplexo.
- Deverias proibir que utilizem o vosso nome! Essa informação falsa deve provocar grandes confusões! – advertiu o caminhante.
- De modo nenhum! – respondeu o guardião – na realidade, fazem-nos um grande favor, porque ficam ali todos os que são capazes de abandonar os seus melhores amigos…
Jamais abandones os teus verdadeiros Amigos, ainda que isso te traga inconvenientes pessoais.
Se eles se vêem a dar o seu amor e companhia, ficas em dívida para com eles:
“Nunca os abandones”.
As pessoas de quem ela mais gosta nem se lembraram dela, mas o ser humano é mesmo assim.
Mas a dona nunca se poderia esquecer... Parabéns à minha Pintas que faz 4 anos que apareceu abandonada na Quinta.
Como em todo o país, também na Quinta, caiu neve toda a manhã. Passado um ano e um dia do último nevão, a Quinta vestiu-se de novo de branco para delírio de todos.
Afinal, cá na Quinta não é o pinheiro que está enfeitado, é a Pintas que tem um adereço novo.
Pois é, a princesa está doente.
Há uma semana que a andava sempre a coçar uma pata... depois da ida ao Vet, foi descoberto uma piodermatite na pata. Não necessita de grandes cuidados, pomadinha e deixar de coçar a pata. Infelizmente, a única maneira de conseguir isso é meter-lhe o funil. Apesar de ter um em casa, a Pintas apenas o usou cerca de duas horas, mas agora vai ter que ser. Colocá-lo foi fácil, até nem ficou stressada, o problema é mesmo habituar-se a ele. Não consegue comer, nem subir para o sofá, bate nos móveis todos, e precisa de ajuda para tudo.
Está tão tristonha! Já pediu montes de vezes para tirar o novo enfeite.
Paciência, Pintas, desta vez vais mesmo ter que aguentar isso.
Com uma criança em casa é necessário ter dez olhos, mas com um animal de estimação a situação não muda, é exactamente igual.
Logo que a Pintas começou a crescer comecei por afastar cada vez mais todas as coisas da borda do balcão da cozinha ou da mesa, mas agora ela chega praticamente a todo o lado então, por vezes, só dá problemas. Antigamente, se apanhasse alguma coisa fugia para fora e era difícil apanhá-la, mas agora que anda deprimida só quer atenção, então tira algo vem à sala mostrar a proeza e deixa-a simplesmente.
Desta vez foi uma alheira que estava a descongelar, depois de entender que já tinha conseguido chamar a atenção, deitou-se na sala de jantar com a "prenda", com uma cara de safada.
Mas como o carinho por ela cresce todos os dias, nem lhe consegui ralhar. Afinal, quem é que me aquece os pés nestes dias frios?
Por vezes, a Pintas comporta-se como uma criança. Tal como elas, está sempre alerta a tudo o que mexe, e avança, toda destemida, à descoberta .
Coitada da abelhita, que ela descobriu no alpendre, até fiquei com pena dela.
Esta placa já estava comprada há muito tempo, mas nunca tinha sido utilizada. A Pintas perdeu a última que teve, mas agora já fico mais descansada. Se um dia sair da Quinta e se perder, espero que quem a encontre perceba que a placa tem o nome dela e o número de contacto telefónico. Infelizmente, nunca lhe foi colocado o chip, era bem mais simples.
PS - Reparem na posse dela, no seu sofá, sempre a olhar para o portão, ou está de guarda ou à espera de alguém. Ela ainda não se cansou de esperar, por quem a deixou para trás.
É impossível não gostar dela!
Como nos famosos livros "Onde está o Wally?", neste caso é mais: Onde está a Pintas?
Quando faz muito calor, ela acompanha-me na mesma pelo jardim, mas como está muito sol, por vezes desaparece... e quando isso acontece, vou sempre encontrá-la dentro dos arbustos. Afinal de contas, foi o primeiro sítio onde se escondeu quando veio para a Quinta, para fugir do humano que andava atrás dela. E foi nesse dia que ficou com o nome Pintas, foi o primeiro que lhe chamamos depois de vermos que era cheia de pintas.
Outra confidência até ao final dessa semana era o Pintas, só depois se descobriu que era uma ela e com uma personalidade forte. Agora, é a princesa da casa e da dona.
Amigos leitores, agradeço as vossas visitas ao longo destes meses. Sei que muitos amigos passaram por aqui, e estranharam a ausência de posts. Por vezes, na vida surgem surpresas e nem sempre corre como planeamos, quanto ao blog, a Quinta da Ribeira continuará...
E depois desta ausência tão prolongada, este post tinha de ser especial. Tinha de ser dedicado a algo verdadeiro, só podia ser dedicado a ela, a minha verdadeira companheira de vida, a Pintas. Os amigos sabem de quem falo, pois já escrevi sobre ela, aqui, aqui e aqui, e mais aqui, é a cadela de estimação da Quinta.
Escrevo este post, a vê-la calmamente no seu sofá. Apesar de tudo, sempre me acompanhou, mantendo-se ao meu lado, e continua a seguir-me fielmente pela Quinta. Agora entendo, quem diz que são mais fieis e verdadeiros os animais do que os humanos. Os animais são amigos para sempre e o que podemos afirmar das pessoas?
Vivemos num mundo, com cada vez, mais falta de valores, tanto em relacionamentos pessoais, como profissionais, a fidelidade, a lealdade, são cada vez mais escassos. Os animais agem puramente por instinto, enquanto os humanos agem cada vez mais por interesse e em algum momento da vida, o ego fala mais alto e aí, o egoísmo é rei e senhor, e acabamos por ser levados pelos nossos desejos, na maioria das vezes. Certamente aí, entra a consciência, o carácter e o estar ciente do que possa ser certo ou errado e escolher um caminho em que se possa beneficiar de duas formas: agindo correctamente e ganhando algo por isso, sem prejudicar ninguém.
De algo posso estar certa, a Pintas ama-me incondicionalmente, e dou comigo a pensar, não deviríamos amar, nós os humanos, sempre assim?
Para começar mil perdões a todos os visitantes que passaram por aqui e que encontraram o blog um pouco parado. Realmente entre o fim das aulas, as reuniões e o Natal, o tempo foi escasso para as actualizações habituais.
Na véspera de Natal, durante a preparação da ceia cá na Quinta, entre as rabanadas e o bolo rei, o meu pensamento vagueou várias vezes por estas paragens, para com todos os amigos que fiz através deste mundo virtual. Espero que tenham passado um Santo e Feliz Natal, rodeados dos que mais amam.
Mais tarde colocarei as sobremesas que fiz e todas as novidades, mas para começar apresento-vos a mais sortuda de todos as cadelas, a Pintas. A Pintas é aceite como membro da família e por isso até tem direito a presentes como gente grande. Esta galinha punk tem sido o delírio, foi um prenda da minha sobrinha C.. Desde que percebeu que o brinquedo é dela que não o larga.
Enfim, olhando para o divertimento dela, chego à triste conclusão que até para ser cão é preciso sorte, uns com tudo e outros sem nada.
"Então o dono não veio almoçar?? Fico aqui à espera até ele chegar."
Estaria a Pintas a pensar. Pois o dono neste dia não veio mesmo almoçar. E foi assim que a minha cadela esperou parte da tarde. Sentada no alpendre, numa cadeira, com as orelhas à escuta do rugido do motor de um carro que ela bem conhece.
Como é possível resistir a estes animais, que esperam por nós todos os dias para que cheguemos a casa e lhes dediquemos algum do nosso tempo?
Como é possível abandoná-los, quando eles nos amam incondicionalmente?
Não é a pergunta do blog do Quiz !
Da Pintas, claro! Apesar de ser rafeira é muito esperta e uma caçadora nata. Os pássaros nunca estão descansados com ela e por vezes consegue apanhá-los. O jardim tem buracos porque ela escava para apanhar as toupeiras.
Hoje, encontrou uma cobra, de baixo de umas pedras e foi terrível. Ladrou tanto que o pobre do animal teve de sair da toca mas felizmente já estávamos lá. Foi um filme, decididamente eu e cobras não combinamos...
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